Dona Flor e seus dois maridos é um dos romances mais conhecidos do escritor brasileiro Jorge Amado, membro da Academia Brasileira de Letras, que o publicou em 1966.
Alternando palavras e descrições extremamente realistas da vida boêmia da Salvador dos anos 40, com passagens mais amenas sobre comida e remédios, o livro é um extenso e nostálgico painel do cotidiano e do passado da vida baiana.
O romance se inicia com a morte de Vadinho, um boêmio, jogador e alcoólatra que morre subitamente em plena rua. Deixa viúva Dona Flor, a quem explorava e que, apesar da vida desregrada do marido, era apaixonada por ele. Na primeira parte do livro são contados os excessos de Vadinho e de todos os companheiros boêmios que lhe cercavam.
Em contraste com esse ambiente decadente e de maus costumes contado em detalhes pelo autor, na segunda parte do livro é a vida pacata de Dona Flor que passa a ser retratada. É descrito como ela ganha a vida ensinando culinária na escola de sua propriedade "Sabor & Arte". Intercalando as aulas de culinária, há os suspiros da viúva pelo marido morto, que lembra cada vez mais constantemente das qualidades de ótimo amante de Vadinho e dos poucos momentos de luxo que lhe propiciara, quando ganhava no jogo. Ao mesmo tempo, ela é cortejada por um pretendente, um farmacêutico pacato e religioso. Os dois acabam se casando. Mas, de idade um pouco avançada e bastante conservador, ele não consegue satisfazer Dona Flor, que cada vez mais se lembra de Vadinho.
Na terceira parte, os acontecimentos se atropelam e assumem um estilo do realismo fantástico, quando o espírito de Vadinho retorna e passa a atormentar Dona Flor. Somente ela vê Vadinho, que quando está com Dona Flor parece ser capaz de realizar as mesmas coisas que fazia na cama quando estava vivo. Dona Flor hesita em se manter fiel ao novo marido ou ceder ao espírito do primeiro.
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