Dê um “FAST HUG” para cada paciente em toda anestesia.
Pablo B Gusman*
Natal, CBA 2007
Introdução: Idéias têm sido sistematizadas na busca pela qualidade de serviço e bons resultados em anestesiologia. Mecanismos para redução do risco e erro tem se apoiado na confecção de protocolos, normas, rotinas e checklists. Cada membro da equipe peri-operatória tem seu papel de importância e, apesar da responsabilidade do ato anestésico caber ao médico anestesiologista, todos podem colaborar na prevenção de eventos indesejados e aprimoramento da prestação do serviço. Apresenta-se um processo mnemônico que pode ser útil a todos os cuidadores frente à identificação precoce de problemas e atendimento de qualidade.
Relato de Caso: Antes da realização de qualquer anestesia, mesmo nas situações de urgência, é indispensável conhecer, as condições clínicas do paciente, cabendo ao médico anestesiologista decidir da conveniência ou não da prática do ato anestésico, de modo soberano e intransferível. Para conduzir as anestesias gerais ou regionais com segurança, deve o médico anestesiologista manter vigilância permanente frente seu paciente. Cumprindo condições mínimas de segurança para a prática da anestesia, deve-se dispor de monitoração da circulação e monitorizações contínuas da oxigenação, do sangue arterial e da ventilação, além de fármacos, equipamentos, instrumental e materiais que permitam a realização de qualquer ato anestésico com segurança, bem como a realização de procedimentos de reanimação cárdio-respiratória. Para decisão clínica, os dados não podem ser interpretados de forma estática, havendo portanto o cuidado de avaliações de tendências dos parâmetros colhidos. Isso seria o mínimo para se evitar a tomada de decisões que tratem parâmetros, não os pacientes. Uma alternativa ao uso de protocolos seria a utilização de “checklists”. Apresentamos o conceito de “FAST HUG”, um método de fácil memorização e eficaz nos cuidados dos pacientes submetidos ao atos anestésicos, devendo ser lembrado para cada paciente em todo procedimento anestésico por todo o time de cuidadores: anestesiologistas, cirurgiões, enfermeiros. Apesar do conceito se restringir a alguns aspectos, acredita-se que seja o mínimo para obtenção de resultados satisfatórios na prática clínica peri-operatória.
Tebela 1: Os sete componentes do FAST HUG:
F | Feeding | Alimentação | Tempo de jejum segundo idade e controle de ingestão pós-operatória; |
A | Analgesia | Analgesia | Uso de métodos e técnicas que garantam adequada analgesia intra e pós-operatórias; |
S | Sedation | Sedação/Drogas | Sedação consciente e uso de drogas que permitam adequada inconsciência intra-operatória; |
T | Tendence | Tendência | Monitorizações hemodinâmica, respiratória, cerebral e neuromuscular contínuas, proporcionando análise gráfica e numérica da evolução do paciente ao longo do ato anestésico; |
H | Hot/cold | Temperatura | Controle de temperatura corporal através de mantas, colchões e líquidos aquecidos. |
U | Urine | Urina | Medida de volume urinário e função renal frente ao trauma cirúrgico; |
G | Gain | Hidratação | Cálculo ideal de reposição de cristalóides, colóides e necessidade de derivados e substitutos do sangue. |
Conclusão:
Referências – 1. Canadian Anesthesiologists’ Society. Guidelines to the Practice of Anesthesia. Can J Anesth, 2005;52(9):S1-32. 2. Vincent JL. Give your patient a fast hug (at least) once a day. Crit Care Med 2005; 33(6):1225-1229.