domingo, 20 de março de 2011

II Diretriz de Avaliação Perioperatória da SBC


Saiu pela Sociedade Brasileira de Cardiologia a II Diretriz de Avaliação Perioperatória.
Seguem algumas considerações.
Na íntegra, pegue aqui: DOWNLOAD 

  1. Quanto à consulta médica de avaliação perioperatória, é ressaltado a importância da certificação do envio e recebimento do parecer ao solicitante e, se necessário, entrar em contato pessoalmente ou por algum meio de comunicação, com o cirurgião e/ou anestesista.  Essa atitude comprovadamente aumenta a adesão às medidas de cuidados perioperatórios propostas. Mas de preferência, usando-se de protocolos definidos na Diretriz. Isso evita descrições que nada influenciam ou auxiliam na avaliação perioperatória.
  2. A realização de ECG de rotina para pacientes Assintomáticos e com proposta de cirurgia de baixo risco, CONTINUA desencorajado e com Classe IIIC. Já a solicitação de ECG para todos aqueles com mais de 40 anos passou de classe I para Classe IIa. Tendência mais exposta de racionalização de solicitação de exames que geralmente não alteram desfecho no período operatório e trazem custos não justificável em uma proposta populacional. Nem pensar os ECO´s autogerados pelos cardiologistas que mostram mesmo o interesse de pagar a máquina!
  3. A solicitação de Radiografia de tórax agora ganha recomendação IIa para pacientes maiores de 40 anos e para aqueles com proposta de intervenções de médio e grande porte, principalmente intra-torácicas e intra- abdominais. Lembre-se de que no caso de punção venosa central para a cirurgia, o ideal é checar a posição do cateter antes do início do procedimento com outro Rx de tórax!
  4. Enfoque em algoritmos de avaliação perioperatória.
  5. Estratificação do tipo de intervenção em Alto, Intermediário e Baixo risco de eventos. Antes estratificava-se apenas o paciente, agora a pesquisa de risco envolve o procedimento e o paciente;
  6. Rcomendação da utilização de algoritmo de avaliação da American College of Physicians (ACP) nesta nova edição, menciona os da American College of Cardiology/American Heart Association (ACC) e o índice cardíaco revisado de Lee. Criação de um fluxogramas com utilização dos dois principais  algoritmos em conjunto.
  7. Na Avaliação perioperatória, o teste ergométrico ficou em segundo plano devido a muitos indivíduos não atingirem a carga de trabalho adequada e por não possuir a mesma acurácia dos exames funcionais de imagem ( cintilografia e Eco com estresse farmacológicos). Portanto é recomendado em locais em que não se desponha dos exames de imagem e somente em pacientes com risco intermediário ( não para alto risco e nem para baixo risco!);
  8. É Recomendado  não utilizar angiotomografia de coronárias  e cineangiocoronariografia em substituição de cintilografia e ecocardiograma com estresse farmacológicos em pacientes de risco intermediário  ( não são exames funcionais!);
  9. Inclusão da dosagem de BNP pré operatória na avaliação complementar ( valor  prognóstico) – IIa NE B;
  10. Não se recomenda a utilização de beta-bloqueadores (proteção farmacológica) em portadores de valvulopatias, principalmente naquelas anatomicamente importantes ( excluindo-se estenose mitral). A estatina como proteção farmacológica perioperatoria também não está indicada nestes pacientes;
  11. Orientações detalhadas em diferentes grupos que necessitam de cuidados especiais ( portadores de marcapassso e CDI; transplantes de fígado, de rim etc);
  12. Permissão e incentivo para utilização de Anestésicos locais com Vasoconstrictores ( lidocaina 2% + epinefrina 1:100.000)  em procedimentos odontológicos para pacientes cardiopatas;
  13. Procedimentos percutâneos ( endopróteses)  para correção de Aneurismas de Aorta Abdominal , agora são considerados de Risco intermediário;

Boa leitura e use com senso crítico. Assim evitamos os excesso de consultas em pacientes de baixo risco e atraso na marcação de cirurgias.