terça-feira, 28 de abril de 2009

Viajar e viver

Preço de voos para EUA e Europa deve cair no curto prazo, diz agência

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

A liberação de preço das tarifas de todos os voos internacionais será sentida primeiro no bolso do consumidor para os destinos mais concorridos, como Estados Unidos e alguns pontos da Europa, disse nesta quarta-feira o diretor da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys.

"A redução efetiva do preço depende da condição de concorrência. Onde o mercado tem maior concorrência, a redução vai ser maior", afirmou, citando Estados Unidos e Europa.

Inicialmente, as empresas poderão dar descontos de até 20% sobre o valor mínimo atualmente praticado. Gradualmente, os descontos poderão ser ampliados até que as tarifas sejam totalmente liberadas, o que ocorrerá a partir de 23 de abril de 2010.

Para o diretor, a liberdade tarifária não vai prejudicar as companhias brasileiras que operam no exterior e tampouco o mercado doméstico de turismo. Guaranys lembrou que a TAM, que mantém voos para os Estados Unidos e para a Europa, já compete de igual para igual com companhias estrangeiras em outros mercados, praticando preços bem mais baixos do que no mercado brasileiro.

A TAM manifestou-se contrária à liberdade tarifária para todos os destinos internacionais, alegando que não teria como concorrer com estrangeiras de maior porte.

"Todos os nossos estudos demonstram que as empresas aéreas nacionais não estão em desvantagem competitiva. Em algumas coisas, de fato, elas têm uma desvantagem, mas que são compensados em outros itens de custos que elas têm vantagens. Então, as empresas competem de igual para igual com as empresas estrangeiras", afirmou.

Levantamento da Anac demonstra que uma passagem da American Airlines, saindo de São Paulo para Nova York, é 46% mais cara do que na volta do mesmo trajeto. O mesmo acontece com a Air France, na qual a volta de Paris para São Paulo é 40% mais barata do que o mesmo voo, saindo da capital paulista.

A projeção da agência é que a passagem de ida e volta para os Estados Unidos, que tinha um preço mínimo de US$ 708, caia para até US$ 566 no início da autorização da redução do preço. Em julho, com os descontos podendo chegar a até 50%, a passagem poderia custar US$ 354. Com os 80% liberados a partir de outubro, a passagem seria, de no mínimo, US$ 142, podendo sair por qualquer valor a partir de abril de 2010.

América do Sul

A Anac considera ainda que a liberação das tarifas na América do Sul foi bem sucedida. As empresas podem dar qualquer tipo de desconto na região desde setembro do ano passado. Segundo a agência, foi observada redução de até 84% nas tarifas de voos com destino a Lima (Peru), e de até 57% em voos para Santiago (Chile).

Guaranys ressaltou ainda a importância da liberdade tarifária no momento em que o mundo sofre com a crise econômica. Ele destacou ser fundamental que as empresas reduzam os preços para poderem vender mais, atraindo pessoas de renda menor que não têm acesso ao mercado internacional.

"Acreditamos que a permissão dos descontos vai permitir que as empresas continuem vendendo mais, mantendo empregos e mesmas rotas em que atuam hoje", completou.

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